Naturistas e a defesa dos direitos indígenas



Indios Yawalapiti - festa-do-peixe foto de Monica Nunes origina do Site Conexao Planeta
A International Naturist Federation (INF-FNI) diz que o movimento naturista deve valorizar os recursos naturais, pois preconiza um modo de vida baseado no retorno à natureza como a melhor maneira de viver, defendendo a vida ao ar livre e utilizando os recursos naturais de forma racional e/ou limitada.

Diz ainda que os valores do naturismo são a igualdade, o amor ao próximo, a eliminação de preconceitos e discriminações, proporcionados pela nudez social.
Ao parar para pensar no ideário de vida pregado por nós naturistas, não precisará de fração de segundo para notar que, a ideia de vida ideal se baseia na vida dos povos indígenas, logo, como naturistas não podemos ficar apáticos à causa da defesa dos direitos indígenas.

Os indígenas, tanto no aspecto do meio de vida ecologicamente correto, quanto na sua atitude natural perante a nudez, usando roupa ou não, no seu dia a dia, respeitam a natureza e usufruírem da qualidade de vida que esta lhes proporciona, servindo de referência de harmonia com a natureza para nós naturistas, que reivindicamos que esses costumes perpetuem e que sejam cada vez mais comuns.

Os indígenas brasileiros em 1500, ano de descobrimento do Brasil, eram 3 milhões. Desde a conquista até os anos 1970 as populações indígenas foram dizimadas e muitas etnias se extinguiram. Após a criação da FUNAI, tiveram sensível crescimento populacional, hoje são cerca de 800 mil, apenas 0,6% da população brasileira e estão divididos em 225 grupos espalhados em todo território brasileiro.

Além de serem os proprietários originais da terra, cumprem funções-chave para preservar a natureza, Por um lado, conservam a integridade das terras em que vivem e tentam frequentemente evitar que entrem madeireiros, garimpeiros, grileiros, como sabemos são a maior ameaça às espécies e a deterioração de seu meio ambiente.

Basta olhar um mapa para ver que as áreas onde vivem os indígenas sofrem menos desmatamento que as demais. No ano de 2020, o desmatamento atingiu 11.088 quilômetros quadrados. Para maior entendimento é sempre bom colocar na dimensão humana, isto é duas vezes a grande São Paulo desmatada nos três últimos anos.

Por conhecerem tão intimamente as florestas, os indígenas têm uma percepção muito antecipada, das mudanças ambientais. Sabem como lidar com isso. Por exemplo, param de caçar em uma área durante algum tempos assim aliviam o impacto dos recurso naturais. Os indígenas são parte essencial dos alertas rápidos e da prevenção. A maioria vivem nas mesmas terras há 10.000 anos.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) lembra que a extinção e assimilação dos indígenas era considerada contingência histórica, algo inevitável, esta abordagem mudou nas últimas décadas, quando os povos indígenas começaram a ser oficialmente protegidos. Mas hoje a ameaça vem do topo do poder político.

O governo combate a existência de terras indígenas, a defesa do meio ambiente, abandonou o Acordo de Paris de ações contra a mudança climática, tomou uma série de decisões de reorganização ministerial e nomeações, que causam profunda preocupação aos indígenas e ambientalistas.

Hoje o desmantelamento está sendo promovido não só pela legislação, como também pelas mudanças estruturais (administrativas) que deveriam garantir a preservação do meio ambiente e dos povos indígenas, através mudanças nos orçamentos, desautorização de operações de combate do desmatamento. Um dos primeiros decretos do atual governo foi retirar da Funai a competência para demarcar as terras indígenas, transferindo-a para o Ministério da Agricultura, que sempre esteve na órbita da indústria agropecuária, mas agora é comandado por uma representante desse setor.

As medidas foram tomadas que dificultam a demarcação de terras, incentivam atividades de garimpo e invasão de propriedades indígenas.

Em março de 2021 STF (Supremo Tribunal Federal), deveria julgar se cabe aplicar ou não a regra do "marco temporal" sobre 303 demarcações, adiou o julgamento para setembro de 2021, em meio a uma intensa mobilização de povos indígenas de todo o país, mas logo foi suspenso após um pedido de vista. Agora, o caso foi novamente incluído no calendário da Corte e será retomado pelo plenário no dia 23 de junho 2022.

É imperiosa necessidade de garantir mais segurança aos povos indígenas e fazer valer o direito constitucional dos povos indígenas declarando inconstitucional a tese do marco temporal, que tanto já prejudicou os povos originários.

A Constituição de 1988, reconhece direito dos povos indígenas sobre as terras que habitam, pois eles já estavam lá antes da chegada dos colonizadores e da fundação do Estado

O Conselho Indigenista Missionário, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em um comunicado ressalta que, em caso de disputa, se o Governo não atuar para “mediar ou garantir os direitos, quem vai sempre levar a pior sãos os povo indígena”.

O relatório da ONU que alerta sobre a velocidade com que as espécies estão se extinguindo (uma de cada oito está ameaçada) assinala que essa destruição da natureza é 11 VEZES mais lenta nas terras onde vivem os povos indígenas do que no resto do planeta. Mas também destaca a crescente ameaça que ronda essas comunidades na forma de expansão da agricultura, urbanização, mineração, novas infraestruturas.

O Brasil, abriga a maior parte da Amazônia legal e o ecossistema mais rico do mundo, fundamental para efeitos positivos do clima que afetam mundo todo, sendo a Amazônia legal a maior floresta tropical e o ecossistema mais rico do planeta, mas justamente ai que também há a maioria dos registros de assassinatos de líderes indígenas e ativistas ambientalistas.

Não basta praticar o nudismo como lazer, para viver o estilo de vida naturista é necessário incorporar seus os valores.

CONVERSAÇÃO

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